Afonso Gentil, especial para o Aplauso Brasil (aplausobrasil@aplausobrasil.com)
Com bom conceito por parte de um setor da crítica (o mais antenado) e de um público fiel (ainda reduzido, como nos tempos heróicos do TAPA ), a jovem diretora e sua numerosa e empenhada equipe não conseguem esconder a perplexidade. Motivo: a “classe teatral” teima em se manter alheia aos belos frutos da rotina de 30 horas semanais de preparo das técnicas teatrais a que o conjunto se impôs nesse tempo todo de caminhada.
Podemos não concordar totalmente com o autor na visão apocalíptica da realidade, colocada no palco com palavras candentes, diálogos lapídeos (que remetem à natureza da pedra) e ação vertiginosa serpenteando por vários locais com a leveza do cinema. Mas temos que reconhecer, aplaudir e reverenciar seu colossal instinto cênico. Nenhum autor, desde então, conseguiu tamanha e perene façanha no imaginário do brasileiro com o mínimo de informação cultural.