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Rapunzel da Bela Vista, uma bela surpresa

Grupo Gattu volta a encenar o clássico num casarão com torre e sacada, para a princesa jogar suas tranças feitas de fita colorida
por Dib Carneiro Neto
   Divulgação
 No fim do ano passado, tive uma grata surpresa. Fui conhecer a Casa e Teatro Grupo Gattu, na Bela Vista, que estava apresentando o espetáculo infantil Rapunzel. Eu não tinha a menor referência sobre o grupo e confesso que fui esperando algo mediano, mais uma dessas adaptações corretas, mas pouco criativas, de contos de fadas tradicionais. Errei: foi realmente uma surpresa bastante agradável.
O ótimo espetáculo, com direção ágil de Eloísa Vitz, está voltando ao cartaz este ano, na mesma sede do grupo, a partir do dia 19 de janeiro. Trata-se de um casarão na Rua dos Ingleses, 182, com direito até à torre na fachada, para Rapunzel jogar suas tranças. É o que ocorre logo no prólogo do espetáculo, com todo o elenco cantando, tocando (bumbo, flauta, violão, gaita e prato) e dançando na frente da casa, antes de chamar o público para dentro da sala de espetáculos – uma ampla garagem improvisada como teatro.
A história de Rapunzel é revisitada de forma eficiente, clara, divertida, sem muitas invencionices, mas com boa dose de frescor e inventividade. O fundamental no texto de Tito Sianini são as boas sacadas de humor, sem cair em facilidades ou exageros de mau gosto.
Também merece menção o quanto os personagens são bem construídos e de perfis bem delineados. Rafaela Ferri interpreta uma Rapunzel meio roliça, fugindo do estereótipo das frágeis princesas. Adalberto (Flávio Bregantin), o ajudante, é trapalhão e surdo: entende tudo errado, o que rende boas situações. Felipe Barros está muito engraçado como um pombo-correio nordestino (na verdade, um pombo-torpedo, em alusão à tecnologia atual). O príncipe Lino (Breno Beghini) é divertidamente vaidoso como o príncipe do desenho animado Enrolados, da Disney.
A Bruxa Mázinha (Miriam Jardim, com um bom vozeirão de vilã) diverte a plateia por não gostar de ser chamada de “macaco peludo”. Mariana Fidelis completa o elenco, como a Mãe de Rapunzel.
De quebra, a trilha sonora da peça é bastante competente, com paródias animadíssimas baseadas em canções populares infantis conhecidas, como Alecrim Dourado e A Barata Diz Que Tem. Diversão garantida neste início de ano. Vida longa para o Grupo Gattu.
Serviço:
Casa e Teatro Grupo Gattu. Rua dos Ingleses, 182, Bela Vista, tel. 11 3791-2023.
Sábados e domingos às 16h. Ingressos a R$ 40 e R$ 20 (meia).
1 de outubro de 2015

Crítica “Rapunzel” por Dib Carneiro Neto

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