outubro

“Amor” é extravagância agridoce sobre o controvertido tema

Afonso Gentil, para o Aplauso Brasil (redacao@aplausobrasil.com)
SÃO PAULO – “Um grupo de pessoas viaja para Paris, num navio, na década de 20 do século passado, em busca de um amor”. Essa sinopse foi a avara informação para conhecimento de todos – público e imprensa – que o Grupo Gattu usou para o lançamento de sua terceira montagem, Amor, no espaço da rua Damiana da Cunha, 413, na região de Santana, onde se localiza sua sede.
Acompanhar a trajetória dessa equipe que começou como teatro de dentro de uma universidade, tendo como sua idealizadora uma talentosa e bela (uma exceção da regra) jovem ex-militante do TAPA, onde aprendeu o que é “fazer Teatro”. Sériamente, longe dos holofotes de uma mídia pueril à caça de presas a serem jogadas “aos leões” das TVs e das redes sociais, valha-nos Deus, é tarefa prazerosa e animadora quanto ao futuro dessa arte milenar, tomada por uma geração confusa e pretensiosa que acredita cegamente nos meios eletrônicos como única forma de   comunicação. Alguém precisa “desenhar” a história do palco para que aprendam a cultuar com “sangue, suor e lágrimas” o que o teatro sempre foi e será: um veículo de ideias e conflitos de e entre seres humanos. Simples assim.AMOR
Eloisa e seu Gattu após uma rápida passagem por Arthur de Azevedo e Jorge Andrade, dois “batutas” do repertório nacional, abraçou o verbo inconfundível e demolidor de nosso autor maior, Nelson Rodrigues. Foram quatro bem sucedidas montagens que contribuíram para arregimentar um público “periférico” pouco afeito ao teatro, mas nem por isso destituído de senso crítico. Quando perdeu sua sede na rua dos Ingleses, onde Eloisa estreou como autora deFrisante, uma   comédia policial no seio de uma família nada familiar, a região de Santana ganhou um minúsculo, porém bem planejado, “Teatro do Sol”, onde, neste Amor, acontecem as marotas e malucas peripécias amorosas entre os viajantes do navio, não faltando a participação “efetiva” de um comandante mulherengo.
Eloisa é uma boa diretora de atores. Além do progresso como autora, ela nos oferece uma montagem dinâmica tornando o espaço cênico num suceder de surpresas não só da ciranda amorosa como de renovação física da cena, com adereços que aparecem, deslizam e somem do palco. A cena da tempestade em alto mar é primorosa, com o uso dramático da luz (de Eliomar) e de um preciso jogo cênico. O público aplaude.
São três homens e 5 mulheres em cena, o elenco todo correspondendo ao ritmo vibrante exigido pelo enredo, todos imbuídos dos desvarios das suas personagens, inclusive Eloisa, numa divorciada indecisa nas investidas amorosas do Comandante, deliciosamente gaguinha de desejo.
Os figurinos de Ana Fernandes recriam a época dos “twenties” colorindo o espaço. A cenografia também de Ana renova-se a cada cena, com adereços bem imaginados e bem executados.
Sem essa bobagem em voga atualmente nos “coletivos”, de se obedecer cegamente aos impulsos criativos do ATOR sobre todas as coisas, bem dirigido e com elenco talentoso e disciplinado Amor satisfaz quem busca uma mensagem positiva, mas não melosa, sobre as pessoas e suas peculiaridades afetivas.
AMOR / Teatro do Sol / Rua Damiana da Cunha, 413, Santana/ Telefone 3791-2023 -5ª. e sábado 21h/ sexta 21h30/ domingo 20h/ GRÁTIS (ingressos distribuídos uma hora antes). 14 anos / até 29 de Novembro.
7 de outubro de 2015

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